terça-feira, 18 de maio de 2010

Humildade


Escrito em 20/12/2008

Difícil tema para se abordar é a virtude – ou não virtude para alguns poucos – humildade.

Não vou perder tempo explicando etimologicamente o que significa, até porque hoje em dia é só procurar no Google e se não tem no Google é porque não existe rs.

Essa virtude, muito discutida por filósofos e psicanalistas é, a meu ver, a mais complexa de todas. Em algumas discussões esse tema é essencial. O que leva alguém a ser efetivamente humilde é um tanto quanto variável, já que depende de circunstâncias específicas, certas ocasiões. Entretanto, identificar quem está sendo humilde, não é difícil, é algo facilmente observável nessas tais ocasiões. Como seres humanos que somos, fica mais fácil observar a presença de uma virtude pela ausência do antônimo desta. Assim sendo, para que alguém não seja arrogante, deve ser despojado (humilde?). Para que não seja insubordinado aos superiores, deve ser obediente e conhecedor do seu lugar (humilde?). Para que não se engane acreditando em sua força e superioridade, deve assumir fraquezas e inferioridades, deve ser humilde.

A partir do momento que se compreende uma fraqueza e inferioridade diante de alguma coisa ou alguém, é que se passa a construir algo em prol de um crescimento. Já que pela lógica, quem acredita ser imbatível, perfeito, fruto de um ego exagerado, aparentemente não conhece o sentido da evolução e sem aspirações nada se modificaria, continuaríamos a engatinhar. O primeiro passo de um bebê é sua busca por igualdade diante de algo superior, é a noção de humildade a partir do reconhecimento da sua inferioridade. Caso contrário o que há é uma estagnação que em vista da evolução de outros vira uma decadência medíocre.

Por isso a humildade é tão complexa e tão importante. Só quem a busca e é ciente de que não a domina reconhece os fatos com clareza e tranqüilidade vivenciando situações e conhecendo pessoas que servem de exemplo, de ícones para passar “do primeiro passo para uma maratona”.

O que entra na questão da diferença entre invejar e admirar ,essa é uma linha tênue que separa o egoísta do altruísta:

“Inveja é o desejo por atributos, posses, status, habilidades de outra pessoa gerando um sentimento tão grande de egocentrismo que renegue as virtudes alheias, somente acentuando os defeitos.”

O invejoso deseja o que é do outro por isso acaba menosprezando o que deseja, por não possuir se engana acreditando que aquilo não seja necessário ou que não faça parte da sua personalidade.

“Numa outra perspectiva, a inveja também pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual.”

Explicando a estagnação dos arrogantes, daqueles que não enxergam suas fraquezas e não entendem a abrangência da humildade.

“Entretanto, a inveja não é uma característica intrínseca do gênero humano ela é fruto do egoísmo (o que significa que ela não existe instintivamente, naturalmente mas sim quando o indivíduo é dotado de egoísmo e é por consequência disto que ela se expressa), em uma sociedade concorrencial. A inveja é um produto social e histórico, sentimento esse arraigado no capitalismo, no darwinismo social, na auto-preservação e auto-afirmação, a inveja seria a arma dos incompetentes.”


As vezes é libertador colocar no "papel" o que voa pela minha mente. Espero que tenham gostado.

Beatriz Albuquerque