sexta-feira, 17 de maio de 2013

Aos que odeiam adaptações: Só mais um pouquinho de Iron Man?

Por: Beatriz M. de Albuquerque

Ao assistir Iron Man 3, para quem ainda não teve o prazer, afaste-se de todo e qualquer geek, nerd, dweeb, dork ou 'whatever' que esteja ao seu redor. Com urgência. No caso de se enquadrar, mesmo que só um pouquinho em algum dos perfis acima mencionados, recomendo que deixe esse filme para lá ou que se desapegue de todo passado publicado em nome de um tal Homem de Ferro... 

Resumidamente, o filme foi uma espécie de adaptação¹ que ignorou totalmente os fãs de Iron Man, anteriores a sua estréia cinematográfica em 2008. Mas sabemos que os números não mentem e o filme agradou muito. Agradou a 'manada' de fãs que não estava nem ai para a suposta história do Homem de Ferro, porque nunca a conheceram. Fãs de Iron Man de 2008 para cá, são maioria e como tal, ganharam um filme muito interessante e divertido, porque isso é um blockbuster ('for Christ`s sake!' rs). Não é um filme voltado para o público leitor de quadrinhos, até porque, mesmo esse público insatisfeito lotou as bilheterias! A indústria cinematográfica ganhou mais uma vez :-/ Então os 'adaptation haters' e 'reboot haters' irão continuar a reclamar mas o que importa no final das contas são os números. Isso não vai mudar assim.

Fato que, depois de horas ouvindo reclamações e a história de Iron Man, basicamente do berço até hoje, percebi o quanto realmente foi frustrante. Mas vi, tentando ser imparcial, tudo isso como um grande universo paralelo. Wolverine não pode ter desejos homossexuais no universo paralelo? Então porque o universo paralelo cinematográfico não pode fazer as coisas da maneira que optar? É difícil agradar a gregos e troianos.

Vamos falar sobre os pontos positivos: Um herói como sempre hilário, menos arrogante, mais próximo de uma pessoa "normal", cuja interpretação de Robert Downey Jr. estava mais uma vez fantástica (ele sabe disso e está dificultando, $$$$, pro lado da indústria).

Principalmente, uma história sobre um perigo que no final das contas estava nos EUA o tempo todo. Sobre os soldados mutilados (lembram das teorias após o atentado na maratona em Boston? - http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/as-teorias-conspiratorias-sobre-o-atentado-de-boston), sobre as experiências governamentais, sobre o que está por trás das guerras americanas, sobre dilemas éticos na ciência, sobre um inimigo que deixa de ser uma caricatura racista (chega de vilões clichês chineses!) para ser uma alfinetada muito bem dada ao próprio governo. Mesmo assim, mostrando o inimigo ao lado do símbolo maior de poder americano, mantiveram o patriotismo comum a quase todo herói de quadrinhos estadunidense.

Mutilados de guerra - Otto Dix, 1920
Merece aplausos.

Afinal, desabafo que se não fosse um interesse pelo filme, nunca teria lido os quadrinhos e imagino quantas pessoas não seguiram também a ordem inversa em tantas adaptações por ai...

"O termo reinicialização sobre os conceitos de ficção refere-se a um reboot ou relançamento de uma história com uma inflexão da série, não necessariamente seguir a continuidade anterior, mas mantendo apenas os elementos mais importantes, que são considerados o melhor ou mais funcional para começar tudo novamente, desde o inicio."²


“There are certain fears and certain strengths the character evokes that are applicable, but of course you have to completely remove any of that short sighted cultural ignorance that leads to any sort of bigotry in the storytelling. That isn’t to say those fears and shortcomings of Iron Man as relating to that character aren’t relevant…He was based in China which was then mysterious because it was Red China. Today China is mysterious in other ways because it’s Global China.”Jon Favreau, director of Iron Man and Iron Man 2 to CHUD in 2006 ³

Para mais sobre a polêmica reboot ou não reboot acesse o site: http://www.bewilderingstories.com/issue344/reboot1.html

Notas:

³ Texto do site "racebending.com - Media consumers for entertainment equality" (http://www.racebending.com/v4/featured/marvel-mandarin-marginalization/)



domingo, 5 de maio de 2013

URANIUM FILM FESTIVAL 2013

por: Beatriz Albuquerque


Em tempos de ameaças internacionais nucleares o Rio apresenta mais uma vez o carioca, autêntico de Santa Tereza, “Uranium Film Festival” de 16 a 26 de maio. Em sua terceira edição, o festival internacional de filmes sobre energia nuclear pretende continuar estimulando novas produções independentes, informando sobre as consequências da radiotividade e difundindo a mensagem “Somente quando se conhece o perigo pode preveni-lo”.
Com mostras itinerantes de sucesso em Berlim, Lisboa, Porto e em grandes cidades na Índia e Brasil, o “Uranium Film Festival” ou “Urânio em Movi(e)mento” está com vários projetos previstos. Marcia Gomes de Oliveira, fundadora e diretora executiva divulgou que já existem convites para outros destinos como EUA mas que primeiro realizarão a 3ª edição do festival aqui no Rio.
A première do filme dirigido por Kazunori Kurimoto, “Terra proibida, Fukushima”, será a primeira das 9 estréias mundiais, com sessão às 17h na quinta dia 16 deste mês. São 52 películas de 20 países, entre documentários, animações e filmes de arte-experimental.

O acidente ocorrido em Goiânia no ano de 1987, com Césio-137, que fez vítimas fatais por conta de um aparelho de radioterapia dentro de uma clínica abandonada, é um lembrete do quão próximo todos estamos desse perigo e o quanto somos desinformados. Foram expostas ao efeito do césio, 112.800 pessoas.


Então vamos ao festival! Em seguida uma seleção comentada do imperdível neste evento.
Domingo dia 26 de maio às 15:30 os fundadores da Associação Hibakusha Brasil pela Paz estarão fechando com chave de ouro o último dia de festival. Formada pelos sobreviventes das bombas atômicas residentes no Brasil a associação divulga o filme "O Sino de Angelus" expondo aos brasileiros a covardia das bombas.
Para obter a programação completa consulte o site http://www.uraniumfilmfestival.org.


Fechando a semana, a animação “Parque de diversões brilhantes” conta em seus 10 min. uma aventura por um mundo encantador que esconde muitos segredos, os quais podem levar a catástrofes horríveis, sua première acontece no segundo dia de evento, sexta dia 17 às 15 h.
Sábado (18) às 15 horas, “Casa de Repouso Atômica” fará sua première mundial. Dirigido por Katsumi Sakaguchi o longa registrou a vida cotidiana em uma casa de repouso para sobreviventes do bombardeio em Nagasaki.
Domingo dia 19 haverá a première da ficção futurista dirigida por Cole Larsen, “Urânio - Dupla felicidade” às 15 horas.
A première mundial do brasileiro “Caetité, sofrimento cinzento” dirigido por Laura Pires e Aléxis Góis terá exibição na quinta (23) e sexta (24), às 15 horas. Aproveitando o dia de evento super construtivo, destaca-se a sessão às 18:30 com o filme “Iraque: As crianças sacrificadas de Falluja”. Esse filme trata das consequências de uma polêmica batalha onde os civis e as convenções de armas das Nações Unidas foram totalmente ignoradas. Recordando outra notícia, a batalha também foi usada como temática para a criação de “Six days in Fallujah”, um jogo de guerra que pretendia ser super realista usando os militares sobreviventes como fonte para sua criação. A empresa Atomic Games foi contratada antes da batalha para elaborar um jogo que servisse de treinamento para os marines. O batalhão em questão foi enviado para a segunda batalha de Falluja e ao retornarem, em conjunto com a empresa, começaram o projeto do game. Devido ao conteúdo polêmico e a pressão do governo e envolvidos, o jogo nunca foi lançado.
Quarta (22) é vez da première do longa alemão “Estômago de Tóquio” às 17 horas e do curta sobre as crianças que não podem ter uma vida normal em Fukushima, chamado “Abita. Crianças de Fukushima”.
Na quinta (23) e sábado (25) às 15 horas será a première mundial do curta indiano “Alta Voltagem” e o filme suéco-brasileiro “Tem césio no meu sangue” estará nas telas às 17 horas do sábado.

"O festival não só mostra filmes sobre a problemática de gerar energia nuclear e mineração de urânio que é o combustível das usinas e bombas nucleares. O festival também estimula a discussão neutra sobre este assunto em toda a sociedade, trabalhadores, estudantes, donas de casa, jornalistas, cineastas, artistas, sindicalistas. Por que todos nós somos afetados com os acidentes de Chernobyl, Goiânia e Fukushima. E também porque todos nós pagamos por isso, em nossa conta de luz e impostos", explica o diretor geral do festival e jornalista alemão Norbert G. Suchanek.
INFORMAÇÕES:

3º Festival Internacional de Filmes sobre Energia Nuclear - Uranium Film Festival
De 16 a 26 de maio de 2013
Local: Auditório da Cinemateca do Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro
Avenida Infante Dom Henrique 85 - Parque do Flamengo
Ingressos Cinemateca
R$ 6,00 Inteira \ R$ 3,00 Maiores de 60 anos e estudantes
Classificação Indicativa: consulte a programação.
Como chegar
Referência: O Museu de Arte Moderna está localizado entre o Monumento aos Pracinhas e o Aeroporto Santos Dumont
Ônibus (linhas e pontos)
Da Zona Sul
Via Parque do Flamengo: 472 (Leme), 438 (Leblon), 154 (Ipanema), 401 (Flamengo), 422 (Cosme Velho). Ponto na Avenida Beira Mar em frente à passarela.
Via Aterro: 121, 125 e 127 (Copacabana). Ponto na Avenida Presidente Antônio Carlos em frente ao Consulado da França.
Da Zona Norte
422 (Tijuca), 472 (São Cristóvão), 438 (Vila Isabel), 401 (Rio Comprido). Ponto na Avenida Presidente Wilson, em frente à Academia Brasileira de Letras.
Da Zona Oeste
Frescão Taquara-Castelo (via Zona Sul). Ponto mais próximo localiza-se na Avenida Presidente Wilson, em frente à Academia Brasileira de Letras. 309 (Central). Ponto na Avenida Beira Mar em frente à passarela.
Metrô: Estação Cinelândia
Estacionamento: Pago no local 7h - 22h
Acesso a deficientes: O MAM dispõe de duas cadeiras de rodas, rampas de acesso, elevadores e sanitários especiais nos Salões de Exposição.