domingo, 16 de maio de 2010

Descaso de quem?


Na última quarta-feira dia 12 anunciaram em cadeia nacional que as obras de Rodin de importantíssimo valor cultural expostas no Palacete de Artes Rodin - Bahia estariam se deteriorando por conta do aumento intenso de ferrugem nas peças.

Para se avaliar se as obras estão acondicionadas de maneira apropriada, deve ser verificado o uso de termostatos, entre outros aparelhos para que sejam conferidas umidade relativa do ar e temperatura, além do maior descuido, que é a oscilação desta temperatura. O fato é que as instituições nacionais em grande parte não têm verba suficiente para adquirirem equipamento de climatização que deixe o ambiente dia e noite em uma temperatura amena.

Mas, sem saber se esta instituição, especificamente, possui tais cuidados não podemos acusá-la de descaso como ficou subentendido nas reportagens que li e vi. Principalmente após o relato da responsável pela casa que afirmou ter sido notificada de focos de ferrugem em algumas peças desde que vieram da Europa pela própria responsável por elas no exterior. De quem é a culpa? Alguém tem verdadeiramente culpa? A museóloga brasileira, a responsável européia que já sabia dos focos de ferrugem ou um jornalista que ao tentar chamar a atenção para a questão das nossas poucas condições de armazenamento de grandes obras as afasta ainda mais do país, sem verba, sem obras, sem obras, sem verba.

Achei desnecessária a notícia acusatória, do jeito que foi. Não me acrescentou em nada.

Fica aqui meu desabafo.

Beatriz Albuquerque