quarta-feira, 7 de maio de 2014

Manutenção

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Atenciosamente,
Beatriz

terça-feira, 29 de abril de 2014

Expo. MUECK, nunca é demais.


Ron Mueck, oriundo do mundo dos efeitos especiais [adoro]. Criatura de uma vertente, do realismo, que sempre ocupou um lugar controverso na história. As primeiras imagens que fugiam da exposição idealizada da beleza "esculpida em carrara" nunca agradaram como nos dias de hoje.


Se pauta na manipulação da escala perspética e seus efeitos, na reação dos espectadores. Querem abraçar/cuidar de um adulto estendido no chão apenas por conta de suas dimensões diminutas, mas uma escultura gigantesca de um menino de cócoras traz inquietude ao observador, acuado pela monumentalidade realista, tal qual a figura na obra de arte, acuada pelas suas dimensões descomunais.

Se utiliza de fotografias e modelos vivos, esculpe as maquetes em argila e parte após fazer os devidos cálculos para seu característico jogo com a escala e a perspectiva usando material  em metal resistente para as estruturas internas. Cobrindo parte a parte destas estruturas com bandagens ungidas em gesso, transforma as criaturas, ainda disformes no gesso, em figuras mais regulares de barro. Com todos os detalhes, como poros e rugas, prontos, protegendo a escultura de qualquer dano começa a preparar o molde dos corpos para a produção, enfim, do que será o produto final. Corpo de fibra de vidro e rosto de silicone, para ficar ainda mais realista, insere em cada face, olhos e pelos, um a um cuidadosamente.

Toda essa escultura pré-moldes, feita em barro, gesso e metal, é destruída. Curioso perceber o quanto essa etapa de "destruição" incomoda alguns amantes das artes, talvez devido ao desconhecimento de que o hiper realista não estaria, nunca, satisfeito com o meramente semelhante. Aquilo, mesmo incrível, pra ele é meio ainda muito longe do fim.

Lembei de Murakami e seu auto retrato posando como um buda sentado que usa das tecnologias e da cultura pop. É um grande objeto inflável que se expõe como um monumental buda ou uma esfinge. Em referência ao seu trabalho, Murakami espera que suas obras perdurem por mais de duzentos anos, "assim como as coisas do Louvre".

Murakami - "Ego"

O uso de novos materiais na produção de obras monumentais ou hiper realistas acompanham o desenvolvimento das tecnologias, acompanham nosso tempo, mas até que ponto eles serão considerados obras primas partindo do princípio de que a cada ano vemos produções mais e mais impactantes e realistas?

O que achei dessa expo, no Rio? Maravilhosa, muito pequena [rs parece piada mas são poucas as obras apresentadas, não sei a quantidade que se expõe normalmente mas..]. Durante o percurso me senti MUITO incomodada com a lotação e os mediadores inexpressivos diante dos visitantes EXTRA curiosos e seus dedinhos nervosos. Mas sabe, seria elitista demais da minha parte resolver esse "problema" minimizando o público ou falando que em outros lugares do mundo isso não aconteceria. Aconteceria sim. Vi imagens de outras expo de Mueck onde a curiosidade chega a ser perigosa para os mais preocupados com as peças. 

Enfim, superaram-se preconceitos centenários quanto ao realismo, escalou-se quase que abusivamente essa vitória tornando o objeto monumental e isso já é pra se comemorar. Então quem ainda não foi, vá.

Informações fornecidas pelo MAM:

Até que dia vai a exposição?
Até o dia 1º de junho de 2014.

Qual o horário de funcionamento para visitação?
O salão de exposições funciona de terça a sexta de 12h às 18h, a bilheteria fecha às 17h30. Sábados, domingos e feriados de 11h às 19h, a bilheteria fecha às 18h.

Quanto custa a entrada?
A entrada custa R$14,00 e aos domingos temos o ingresso família para 5 pessoas por esse preço.
Maiores de 60 anos e estudantes: R$7,00
Gratuidades: amigos do MAM, crianças até 12 anos e funcionários dos mantenedores e parceiros. 
Quartas após às 15h é gratuito, mediante senha, distribuída no mesmo dia a partir de 15h. Estão disponíveis 2000 senhas para cada quarta.

*Estão disponíveis para compras online, entradas INTEIRAS e MEIAS. O ingresso família só poderá ser adquirido no balcão e exclusivamente aos domingos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

O castelo nos alpes da Baviera por trás de "Caçadores de Obras-Primas"


As críticas não param de "popar" pela internet e a falta de uma unanimidade dizendo; "Não vale a pena!", mantinham constante meu estado de indecisão-assistir-ou-não.

Mas graças ao ótimo artigo publicado no dia 8 deste mês pelo "The Daily Best" fui convencida. O filme "The Monuments Men", em português "Caçadores de Obras-Primas", conta a história real, baseada no livro de Robert M. Edsel, do resgate de obras de arte saqueadas pelos nazistas para um futuro museu do Hitler.


Essas obras ficavam em um castelo (Neuschwanstein) que parece saído - e de fato serviu de base - de algum filme da Disney

Incontáveis obras de arte (na verdade contáveis rs.. algo entorno de 5 milhões) foram resgatadas e voltaram à "vida" após 12 anos do pior momento vivido na história da arte. Gostaria de ressaltar que Hitler não gostava de todos os artistas, aquilo que não o interessava, que não fosse uma masterpiece para seus padrões, queimava, assim como seus adorados masterpieces em caso de invasão inimiga. (Ufa..) O real grupo dos Monuments Men chegou a contar com o trabalho de 345 homens e mulheres de 13 países, salvando da fogueira ou de um futuro de exclusão cultural ainda pior, aquilo que hoje podemos desfrutar por diversos veículos.

Esse fantástico castelo, como era de se esperar, esconde muitas histórias e mistérios. O Rei "louco" Ludwig II após 20 anos de reformas finalmente consegue se mudar pro complexo gigantesco mas lá permanece feliz por apenas 2 anos, como dito em cartas ao seu amigo, o compositor Wagner. Inspirado nas óperas wagnerianas e na Idade Média o castelo vira sua casa por este ínfimo tempo pois declarado louco fora deposto. Dois dias depois o psiquiatra que o avaliara e o próprio rei são encontrados mortos em um lago. Vítimas de "suicídio" como foi dito a época. Desde então, passando por dramáticos períodos, o castelo esteve aberto a visitações. 70 anos após o início do resgate de mais de 21.000 itens de colecionador, o castelo volta a ser estrela digna de ser relembrada. 


terça-feira, 5 de novembro de 2013

TEMPORARILY OUT OF SERVICE


Me encontro em uma posição complicada no momento, por debaixo de uma montanha de livros e de pequenos projetos, consegui esticar apenas um bracinho e digitar esse pedido de desculpas.

Volto em fevereiro assim que tudo se normalizar!

Até breve!

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Programação Alemã no CINECLUBE Baukurs

Em 14 de setembro, próximo sábado, para aqueles que não estarão no Rock in Rio, a Barra da Tijuca ainda terá algo de atrativo que irá certamente acrescentar mais à sua bagagem cultural do que muitos shows por ai..  E pra quem não puder ir até a Barra, Botafogo também estará recebendo os cinéfilos. O curso Baukurs de alemão está com uma programação cultural ótima, mostrando o que a Alemanha tem de melhor no meio cinematográfico. O cineclube Baukurs exibirá 15 sessões distribuídas nas duas filiais: onze em Botafogo (uma por semana) e quatro na Barra da Tijuca (uma por mês). A partir do dia 14, aos sábados, serão exibidos filmes de diretores alemães como Wim Wenders, Uli Edel, Tom Tykwer e Rainer Werner Fassbinder.

Contra a Parede será exibido às 19 horas. Após o filme haverá um bate-papo com palestrante convidado e em seguida será servido um pequeno coquetel. Entrada franca, sendo 30 vagas sujeitas a reserva, antecipadamente, por telefone (2530-4847) ou e-mail (secretaria.bkc@baukurs.com.br) e a reserva só é válida até as 19h30. Baukurs Barra está localizado na Avenida das Américas, 3555 Shopping Barra Square | Bloco B / Cobertura 301.

Sobre o filme: A jovem muçulmana Sibel tenta suicídio e é internada em uma clínica de recuperação. Lá ela conhece o turco Cahit. Eles decidem se casar apenas para que Sibel escape de sua família conservadora. Ela tem uma vida sexual independente, mas Cahit acaba se apaixonando. Por causa de ciúmes, ele mata um dos amantes de Sibel e é preso. Depois de cumprir a sentença, Cahit reencontra Sibel.

Elenco: Birol Ünel, Sibel Kekilli e Catrin Striebeck
Direção: Fatih Akın      
Duração: 121 minutos (Alemanha e Turquia - 2004) 

"Seguindo o mote  Quando ideias se encontram, que pauta os eventos da Temporada Alemanha + Brasil 2013-2014, haverá um palestrante convidado em cada exibição."
14/09 – Barra e Botafogo: Contra a Parede (Gegen die Wand), de Fatih Akin
21/09 – Botafogo: Fausto (Faust), de Aleksandr Sokurov
28/09 – Botafogo: The Harmonists (Comedian Harmonists), de Joseph Vilsmaier 
05/10 – Barra:  Corra Lola, Corra (Lola rennt), de Tom Tykwer
05/10 – Botafogo:  Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo), de Uli Edel
19/10 – Botafogo:  Pina (Pina), de Wim Wenders
26/10 – Botafogo:  Lições de Um Sonho (Der ganz große Traum), de Sebastian Grobler
09/11 – Barra e Botafogo: Tão Longe, Tão Perto (In weiter Ferne, so nah!), de Wim Wenders
23/11 – Botafogo: Mephisto (Mephisto), de István Szabó
30/11 – Botafogo: Um Amor de Swann (Eine Liebe von Swann), de Volker Schlöndorff
07/12 – Barra: Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída (Christiane F. – Wir Kinder vom Bahnhof Zoo), de Uli Edel
07/12 – Botafogo: O Medo Devora a Alma (Angst Essen Seele Auf), de Rainer Werner Fassbinder
14/12 – Botafogo: A Ponte da Desilusão (Die Brücke), de Bernhard Wicki"




quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Fotos de Sebastião Salgado agora só em São Paulo!


Entre os muitos artistas que seguiram os passos dos fotógrafos documentais como Dorothea Lange está Sebastião Salgado, grande fotógrafo brasileiro, Salgado se dedicou a documentar as vidas de pessoas por todo o mundo, são vítimas da guerra, da fome, da pobreza e da violência. Atuou como representante especial da UNICEF, e seu objetivo é o de informar e educar o público sobre o que é muitas vezes invisível, abrindo nossos olhos para a realidade e pedindo mudanças na humanidade. Salgado explorou as vidas de pessoas afetadas por um cotidiano de superações e dificuldades.


Desta vez o autor dos fotodocumentários "Trabalhadores" e "Êxodos" expôs no Rio uma seleção de trabalhos incríveis de seus últimos oito anos. A exposição "Gênesis", que ficou no Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico de 29 de maio a 26 de agosto levando o espaço cultural ao seu recorde de visitação, está a caminho de São Paulo. Amanhã, dia 5 de setembro, inaugura no Sesc Belenzinho.

Aborda uma outra perspectiva, registrou lugares basicamente intocados, onde ainda há pouca interferência da sociedade. São lindas imagens onde o homem e a natureza veem-se interligados, homem e animais retratados como dependentes da natureza. O atual e perigoso afastamento do povo das metrópoles desta realidade, é reflexão para depois do passeio pelas 245 fotos exibidas.

Salgado fez o seguinte comentário, em outro momento, sobre seus trabalhos:
"Minha esperança é que, como indivíduos, grupos, como sociedades, possamos parar e refletir sobre a condição humana na virada do milênio. Na sua forma mais crua, o individualismo continua sendo uma receita para catástrofe. Temos que criar um novo regime de convivência."

Buscar imagens destes lugares, associando às questões sociais anteriormente representadas em seus trabalhos, é repensar a existência por si só. Gostei do título: "Gênesis", e claro, mais ainda das fotografias que, pra quem não as viu pessoalmente, podem ser apreciadas todos os dias em livro.







terça-feira, 3 de setembro de 2013

BERNA expõe VAZIO DE NÓS no MAR

Berna Reale estreou hoje, 03/set. exposição no novíssimo e "gracinha" (depois paparico só ele) MAR, em um espaço expositivo muito bem bolado que faz o visitante sentir de cara, por si só, um estranhamento e o peso da mensagem que seria transmitida a frente. Somos guiados em ambiente de pouca luz por corredores até o local específico da exibição. Um preparo...

Seguindo o roteiro sugerido por funcionários do museu as performances para vídeo, num total de cinco, ficam próximas a saída. O que é ótimo levando em conta que o acervo exposto nos andares superiores transmitem uma sensação e têm um objetivo bem diferente do que vi em VAZIO DE NÓS. Leva-se, quase que literalmente, pra casa o resultado do impacto estético e conceitual de uma arte bem discrepante do típico regionalismo muito visto na produção do Norte. 

Berna, paraense, fala o hoje, como nunca e fala o nacional. As performances foram executadas entre 2011 e 2013. Não podia existir momento mais oportuno para uma exposição com este viés. E o lugar... Centro do Rio. Lotado em horário de almoço com grupos de trabalhadores das redondezas, além dos demais visitantes. A mensagem foi passada até para aqueles que não costumam se questionar, refletir com a arte.

Mas qual é essa mensagem??


Não vou estragar toda surpresa! Mas vamos lá... A "mensagem" é evidentemente subjetiva, porém questões como a banalização da morte, do ser humano e da vida, a violência descabida e das autoridades, e a "porcaria", a sujeira que vemos nos mais altos patamares governamentais, isso é claro. Atuando também como perita criminal a artista pôde transmitir, unindo as duas áreas um retrato honesto e reflexivo das atrocidades tão próximas, mas por vezes tão camufladas que nos cercam. 

É muito (e sempre será? espero que não) atual.

Pra quem ficou curioso:

Amanhã! 
Bate-papo com Berna Reale, Daniela Labra e Paulo Herkenhoff
4 de setembro
16h
Sala 2.4 Escola do Olhar 

Onde: Museu de Arte do Rio 
Praça Mauá, 5, Centro 
CEP 20081-240 
Rio de Janeiro/RJ
(21) 3031 2741