Berna Reale estreou hoje, 03/set. exposição no novíssimo e "gracinha" (depois paparico só ele) MAR, em um espaço expositivo muito bem bolado que faz o visitante sentir de cara, por si só, um estranhamento e o peso da mensagem que seria transmitida a frente. Somos guiados em ambiente de pouca luz por corredores até o local específico da exibição. Um preparo...
Seguindo o roteiro sugerido por funcionários do museu as performances para vídeo, num total de cinco, ficam próximas a saída. O que é ótimo levando em conta que o acervo exposto nos andares superiores transmitem uma sensação e têm um objetivo bem diferente do que vi em VAZIO DE NÓS. Leva-se, quase que literalmente, pra casa o resultado do impacto estético e conceitual de uma arte bem discrepante do típico regionalismo muito visto na produção do Norte.
Berna, paraense, fala o hoje, como nunca e fala o nacional. As performances foram executadas entre 2011 e 2013. Não podia existir momento mais oportuno para uma exposição com este viés. E o lugar... Centro do Rio. Lotado em horário de almoço com grupos de trabalhadores das redondezas, além dos demais visitantes. A mensagem foi passada até para aqueles que não costumam se questionar, refletir com a arte.
Mas qual é essa mensagem??
Não vou estragar toda surpresa! Mas vamos lá... A "mensagem" é evidentemente subjetiva, porém questões como a banalização da morte, do ser humano e da vida, a violência descabida e das autoridades, e a "porcaria", a sujeira que vemos nos mais altos patamares governamentais, isso é claro. Atuando também como perita criminal a artista pôde transmitir, unindo as duas áreas um retrato honesto e reflexivo das atrocidades tão próximas, mas por vezes tão camufladas que nos cercam.
É muito (e sempre será? espero que não) atual.
Pra quem ficou curioso:
Amanhã!
Bate-papo com Berna Reale, Daniela Labra e Paulo Herkenhoff4 de setembro
16h
Sala 2.4 Escola do Olhar
Onde: Museu de Arte do Rio
Praça Mauá, 5, Centro
CEP 20081-240
Rio de Janeiro/RJ
(21) 3031 2741