Muito divulgadas
e compreensíveis até certo ponto, são as críticas negativas ao OSCAR, mas
enaltece-lo por questões sólidas não é tão comum. Digo sólidas, porque não é o
foco deste texto tecer comentários sobre os vestidos “MARA” das celebridades,
nem sobre escândalos "bafônicos" pré e pós festa e muito menos sobre a grandiosidade do evento em si e sua
audiência fenomenal. Tópicos que rendem muito, mas são “fluídicos” dentro da
solidez da indústria cinematográfica. O ideal não é falar, já falando, sobre as
críticas favoritas às premiações: a pequena lista de filmes concorrendo, sem
desmerecê-los, que se repete em cada categoria premiada mesmo com uma
quantidade muito maior de produções com ‘cara de OSCAR’ rodadas mundo a fora; os
filmes ‘Blockbusters’ por si só e é claro a insistência em certos atores e
implicância com outros.
O OSCAR 2013
como todo bom e velho, sim velhinho completando 85 anos, gerou polêmica e
comoção em torno de temas relativos ao mundo da sétima arte. Quando não é uma
crise econômica ou uma questão bélica e política que moldam ligeiramente, ou
nem tanto, o teor da premiação. Afinal o mercado está todo conectado, não é por
menos que fazer filme é fazer parte de uma indústria, cinematográfica, que como
tal precisa de uma gama de serviços das mais diferentes áreas.
O OSCAR é
importante por dar legitimidade a produção feita no ano, como um certificado de
qualidade que divulga ao público não-cinéfilo o que foi produzido e quem estava
participando para tornar isso tudo possível. Mas ele é realmente fundamental
como fomentador de lançamentos. Sejam estes relativos às novas tecnologias
digitais e de efeitos visuais incríveis ou roteiros fora do comum e atuações e
direções bombásticas. O que justifica termos tantos filmes bons que se arriscam
e inovam em algum quesito, lançados por volta de dezembro. Mas porque se
arriscar? Porque risco e inovação somados a investimento resultam em filmes com
“a cara do OSCAR”. Tudo isso é incentivo à sétima arte. Porque sem investimento
não tem lançamento.
E por falar em
investimento, “Life of Pi” levou muitas estatuetas para casa mas a empresa
‘Rhythm & Hues’ responsável pelos efeitos visuais levou apenas um prejuízo.
A polêmica interessante neste ano foi o discurso de Bill Westenhofer, Guillaume
Rocheron, Erik-Jan De Boer e Donald R. Elliott, premiados na categoria Efeitos
Visuais por “Life of Pi”, cortado logo quando falavam sobre as dificuldades
passadas pela empresa. Ser cortado durante o agradecimento é praxe e independe
do que se está falando. Mas isso acabou se tornandou um argumento em prol de resultados na crise
VFX (visual effects), que aqui no Brasil, fez as imagens de fundo verde
ocuparem os perfis das redes sociais.
A quem interessar
segue o discurso original. Comovente se pensarmos o contexto de toda equipe
premiada:
“The irony is
not lost on any of us up here that in a film whose central premise is to ask
the audience what they believe is real or not real, most of what you see is,
well, it’s fake. That’s the magic of visual effects. I want to thank Gil Netter
and Elizabeth Gabler and all those at Fox and Fox 2000 for realizing that
sometimes it takes a risk to make something special. And LIFE OF PI was a risk
worth taking. To our director, Ang Lee, you were an inspiration and you made it
an incredible journey for all of us. To David Womark, Mike Malone and Tommy
Fisher for making a wave tank that kept us from having to go out to the real
ocean and John Kilkenny for inviting all of us to the party in the first place.
to my family for all the sacrifices they made, Gabrielle I love you so much, to
my children: Christopher, Thomas, Alexander and Samantha thank you for
inspiring me every day, my mom and dad thank you for telling me to do any crazy
career choice I wanted. Finally, I want to thank all the artists who worked on
this film for over a year, including Rhythm & Hues. Sadly Rhythm & Hues
is suffering severe financial difficulties right now. I urge you all to remember….”
AAAAAND CUT!
por: Beatriz Albuquerque